A FALA DO INSTITUTO SOBRE O PRÊMIO HUMANIDADES

Foi difícil começar a escrever sobre os homenageados e a entrega do prêmio humanidades porque sempre é complicado falar de algo que nos causa grande emoção. Nunca é simples sentir um embargo a cada vez que nos lembramos de um momento que pode até ter sido passageiro para alguns porém muito marcante para outros tantos.

Começar por aquilo que, até aqui, não divulgamos pelo desagradável que foi: O primeiro deles foi causado pelo nosso desejo de homenagear uma importante organização que tenta manter-se de pé, persistindo na luta por uma importante causa social. Estranhando a falta de retorno e sem entender acabamos sabendo por  terceiros, que o motivo seria o descontentamento por algumas outras premiações levando em consideração apenas posições político partidárias e  de certa forma reputando ao Instituto uma demonstração de apoio a “direita”. Custamos a assimilar, entender e engolir, afinal a luta pela qual esta ONG trabalha deveria ser tão maior que posições polÍtico partidárias , o nosso Prêmio não teve nunca este significado ou intenção. Assim constatamos que a luta contra o preconceito e a intolerância é infinda. Constatamos também que algumas pessoas tem um belo discurso porém, na primeira oportunidade, agem como opressores e portanto não merecem prêmios ou reconhecimentos.  Foi assim que decidimos por uma homenagem póstuma à alguém que esteve na mesma luta e viveu combatendo a intolerância em todas as instâncias. Ai sim, acertamos em cheio.

Depois, começamos a receber uma chuva – mais de uma centena – de  e-mails, mensagens no face book e até alguns telefonemas dizendo que este é um prêmio que nasce “manchado de sangue” porque homenagearíamos a Dra. Dinamarcia Maciel que recebeu o menino Bernardo, no Ministério Público de Três Passos, oferecendo colo àquela criança que pedia socorro e imediatamente, solicitou ao Juiz que atendesse ao apelo do garoto e permitisse a guarda provisória com outra família. Quando liamos o que escreveram sobre Dinamárcia, tínhamos a impressão de que estávamos homenageando um algoz  não alguém que tentou socorrê-lo.  Ficamos muito entristecidos.

As duas reações acima expostas, evidenciam que esta é uma sociedade que está gravemente enferma. Necessitamos de gente que aceite enfrentar, sem temor,   o desafio de mostrar para todos que o caminho a ser percorrido para tratar as feridas e dores das pessoas, jamais poderá ser a senda do preconceito ou a trilha da intolerância.

Maria Helena Sartori, mesmo sem saber da polêmica envolvendo  algumas indicações ao Prêmio, em sua fala durante o Fórum Estadual em Defesa à Pessoa, mostrou que o diálogo, o compromisso com o coletivo e com todos já nortearam sua atuação em Caxias do Sul e como Deputada. Agora, pautarão o Governo em que será Primeira Dama. Prova disso, é uma foto amplamente divulgada de Maria Helena elogiando e recebendo Eva Sopher – que pediu votos ao candidato derrotado ao Governo do Estado.

Quanto a Promotora Dinamarcia, sugiro que assistam ao terceiro bloco do vídeo da premiação – aqui no site do Instituto. Emocionada e emocionando, ela conta um pedaço de sua trajetória e pede auxilio para cuidar de uma sociedade que precisa de ajuda.  Quase todos choraram ouvindo-a. Ela é o retrato da humanidade em que acreditamos e queremos ver protagonizando o mundo.

O jornalista André Machado afirmou em seu pronunciamento que “ o Marco Aurélio reuniu seus amigos nesta noite”. Tomara que esta amizade vire uma realidade pois sonhamos e necessitamos destes 30 magos das vidas dilaceradas. Alguns, ainda não tínhamos visto pessoalmente mas sim suas motivações; outros, já conhecidos, ansiávamos por torná-los públicos e famosos pela riqueza de suas ações; existem também os ainda distantes que vieram, apresentaram seus projetos e  encantaram; Não esquecemos daqueles que admiramos e respeitamos a muito tempo e só agora tivemos oportunidade de reverenciar; por último, é verdade, o André nos desvendou,  existem os que efetivamente já desfrutavam nosso afeto e não poderíamos negligenciá-los apenas por temor a valorizar quem nos presenteia com seu carinho e atenção porque eles, promovem o bem e o humano que a palavra encerra.

Todas estas 30 personalidades públicas que participaram de uma noite que, para nós do Instituto Brasileiro da Pessoa para sempre memorável, estarão dentro dos nossos projetos. Sonhamos em contar com eles, todos os dias, lado a lado, ajudando na construção de uma sociedade mais fraterna. Muitas outras premiações virão mas esta que ficará  guardada entre lágrimas e uma ponta de orgulho por saber que revelamos 30 pessoas que já fazem a história deste Estado e que a partir de agora, muito mais farão porque sabem que, além de muitos outros, estaremos juntos nos próximos desafios que a vida lhes apresentar.

E isto, com coragem e emoção, se repetirá até que um dia estejamos todos livres da intransigência, da intolerância, do medo, do preconceito e desrespeito humano. Só então o prêmio humanidades poderá ser apagado e esquecido.

Nossa gratidão e reconhecimento ao roteirista e diretor de cena Mauricio Fulber, aos atores-apresentadores Ana Paula Cavedon e Juliano Rocha Rangel, ao técnico de som e luz Fernando Ochoa, ao criador da logomarca e do vídeo Sergio Oldenburg Filho, ao criador do troféu Jonas Teixeira, ao fotógrafo Jovanir Medeiros, a Felipe Phillipsen, Gloria Crystal e Fernando Leider pelos shows; a equipe Cristina Ramos,  Claudio Teixeira, Rodrigo Silvestrin; a jornalista Erika Hanssen Madaleno pela divulgação e aos sócios  Silvio Fraga, Vinicius Oliveira, Dejane Maya e Sergio Oldenburg que estavam presentes fazendo tudo acontecer.

Marco Aurélio

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